
A porta deslizou, revelando delicados olhos.
Perguntaste-me acerca do meu chapéu austríaco.
Falámos sobre os nossos antepassados.
Movemo-nos ao ritmo do comboio nocturno,
Alvorada, e em Vilnius abdiquei das minhas memórias.
Entras-te na minha vida sem cerimónia.
Sentimentos abandonados brotam sem convite.
Senti um segredo em ti mas ignorei-o.
No oceano da vida empurraste-me para a costa.
É areia ou estrelas nos meus olhos?
Mas o tempo forçou-me para Minsk,
O busto de Dzherzhinsky vigia os meus movimentos.
Aqui a luxúria da ausência envolve os meus passos.
An doentia auto-imersão é rapidamente quebrada.
Hoje agitação está na agenda da cidade.
Tumultos na praça Nezaleznasci são reprimidos.
Um estranho mostra-me um local seguro.
Balas de borracha assobiam uma canção sinistra.
Cães polícia ladram a carros carbonizados.
Granadas lacrimogéneas absolvem-me da compostura.
Tornei-me incapaz de ler o azimute no meu horizonte.
Perdido, perco-me em livrarias soviéticas.
Contudo aqui a sensação de duplicidade subsiste.
Desamparado, estou cada vez mais assombrado pelo teu sorriso.
Para o anarquista, o caos interior acaba de começar…
M. Daedalus
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